Melatonina para aumentar a taxa de sucesso na FIV?

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Melatonina é um hormônio secretado pela glândula pineal, localizada no cérebro e tida por muitos como a fórmula da juventude. Atualmente, sabe-se que a melatonina desempenha um importante papel na sincronização da secreção de vários hormônios para regular funções no corpo humano.

Ela é o cronômetro biológico de secreção hormonal, embora seja mais conhecida pela função de controlar os períodos de sono e de despertar. A liberação de melatonina é estimulada pela escuridão que induz à sonolência, e este lançamento no corpo é interrompido pela luz do dia.

Melatonina e a qualidade dos óvulos

Popularmente, acredita-se que este hormônio seja capaz de reverter a ação do tempo. A ciência explica que o uso da melatonina na fertilização in vitro (FIV) pode trazer benefícios devido às suas propriedades antioxidantes que promovem uma vida mais longa, aumentando a taxa de sucesso da fertilização in vitro. A notícia traz novas esperanças a mulheres que sonham em engravidar.

Experimentos com ratos demonstraram que a suplementação de melatonina prolongou a vida desses animais: os que receberam doses extras do hormônio viveram em média trinta e um meses, seis a mais do que ratos que não receberam suplementação da substância.

O prolongamento da vida com o uso do hormônio indica, nos tratamentos de fertilidade, que seus efeitos antioxidantes poderiam melhorar a qualidade dos óvulos, especialmente em pacientes com 35 anos ou mais, submetidas à FIV.

As pesquisas levam a crer que, quanto maior o nível de antioxidantes no corpo, mais protegidos ficam tecidos e células e, consequentemente, maior a expectativa de vida com o uso de melatonina.

O uso da melatonina na fertilização in vitro

Estudos com grupos de 60 e 119 mulheres apontam para um impacto positivo do uso da melatonina na qualidade dos óvulos e embriões, mas ainda não há evidências suficientes para recomendar o uso rotineiro da substância no tratamento pelo método fertilização in vitro, já que, para resultados precisos, são necessários estudos maiores.

A melatonina nos alimentos

Se há adeptos do uso do hormônio sintético em busca da eterna juventude, por outro lado, uma alimentação balanceada pode aumentar as doses do hormônio natural presente em um grande grupo de alimentos, que podem ser consumidos diariamente.

São várias as fontes: suco concentrado de cereja, nozes, semente de mostarda, milho, arroz, gengibre, cevada, aveia em flocos, aspargos, tomate, hortelã fresca, chá preto, banana, brócolis, romã, morangos, couves de Bruxelas, chá verde, azeitonas pretas, azeitonas verdes, pepino, sementes de girassol e a casca e polpa de uvas vermelhas.

Sabe-se que a ingestão desses alimentos à noite ajuda a adormecer com mais facilidade. No entanto, o consumo de doses extras, em forma de comprimidos, sem acompanhamento médico, pode trazer sérios prejuízos, como afetar a secreção de outros hormônios e promover interação com outros medicamentos. Também podem surgir efeitos colaterais como sonolência durante o dia, tonturas ou dores de cabeça.

Portanto, embora a melatonina possa agir beneficamente no tratamento de FIV, jamais devem ser adotados suplementos do hormônio sem acompanhamento profissional: converse com seu médico de confiança, siga rigorosamente sua recomendação e jamais tome medicamentos sem o conhecimento dele.

Dra. Beatriz

Por Dra. Beatriz Truyts

22 de jan de 2016
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