Preservação da fertilidade em pacientes com câncer: saiba quais são os fatores determinantes!

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O momento é delicado. Receber a notícia de um câncer é talvez uma das coisas mais difíceis que alguém pode passar. Nessas situações, pouca gente lembra de algo que vai fazer diferença após a cura: a preservação da fertilidade. Mesmo com tantas coisas para se preocupar, é importante que se dedique certa atenção para esse assunto, especialmente se já existe o desejo de ter filhos.

Descubra, lendo este artigo, como lidar com a fertilidade durante e após o tratamento de câncer.

Fatores determinantes para a preservação da fertilidade

Os fatores que influenciam na manutenção da fertilidade em homens e mulheres são diversos, podendo inclusive ser uma combinação de vários. Dependem do tipo de tratamento contra o câncer que é utilizado e até da relação entre médico e paciente. O ideal é que se comece desde cedo a buscar métodos de manter a capacidade de ter filhos, se possível, antes de iniciar a terapia contra os tumores.

É importante frisar que as considerações a seguir podem não se aplicar a casos de câncer nos órgãos reprodutores. Se for essa a situação, o acompanhamento deve ser também minucioso, uma vez que a fertilidade será ainda mais impactada pelo tratamento.

Idade

Conforme se envelhece, a fertilidade pode diminuir tanto em homens quanto em mulheres. Por isso, não é surpresa que o tratamento contra o câncer possa afetar mais a fertilidade de pessoas próximas dos 40 e 50 anos.

Mesmo assim, deve-se conversar com o médico sobre isso. No caso das mulheres, a idade nem sempre é relacionada ao tempo fértil, que varia de caso a caso. Um dos riscos, porém, é que ocorra uma menopausa precoce, cenário que afeta a fertilidade em alguns casos.

Tipo de tratamento

Quimioterapia, radioterapia, terapia com medicamentos… O tratamento do câncer varia de acordo com o tipo, estágio da doença e a necessidade do paciente. Atualmente, boa parte dessas terapias pode causar a redução da fertilidade em homens e mulheres.

Alguns grupos novos de medicamentos menos agressivos têm surgido nos últimos anos, dando esperança para quem não quer ter a fertilidade afetada. Mas, infelizmente, nem todos grupos estão disponíveis ou serão necessariamente ideais para o paciente. O tratamento, embora siga alguns padrões baseados em casos de sucesso, tem características individuais e específicas.

Reação ao tratamento

Os efeitos colaterais das terapias contra o câncer podem variar de pessoa para pessoa. Mas, para saber se será possível preservar a fertilidade após o tratamento, é necessário acompanhar de perto a reação do organismo.

Em algumas mulheres, um dos efeitos colaterais pode ser a menopausa durante o tratamento. Nesse caso, pode ser ainda mais difícil determinar se a fertilidade poderá ser preservada ou recuperada. Em geral, o ciclo menstrual volta ao normal após um ano do fim do tratamento e ainda há chances de engravidar.

Nos homens, pode haver queda na produção de testosterona, o que pode levar à infertilidade. Em ambos os casos, o médico vai recomendar que se espere de seis meses a um ou dois anos após o fim do tratamento para iniciar as tentativas de engravidar.

Tratamentos para a preservação da fertilidade

Existem algumas alternativas para quem pensa em ter filhos depois do tratamento do câncer. Mas elas devem ser consideradas de preferência antes de iniciar qualquer terapia, para garantir amostras saudáveis de células reprodutoras (caso o câncer não seja nos órgãos reprodutores – ovários e testículos).

Congelamento dos óvulos ou sêmen

Este procedimento, também conhecido como criopreservação, é uma boa alternativa para garantir a fertilidade após o tratamento contra o câncer, especialmente se houver fatores que possam prejudicar diretamente os órgãos reprodutores. O material a ser preservado deve ser colhido antes do início das terapias.

No caso do congelamento de óvulos, deve ser feita uma estimulação ovariana antes da coleta, com o uso de hormônios que incentivam a ovulação. Já o sêmen pode ser colhido sem nenhuma preparação prévia. Ambos podem ser conservados por muitos anos.

Proteção contra a radioterapia

Existem casos em que é possível manter os órgãos reprodutores protegidos da radioterapia, usando equipamentos específicos na pelve. Esse método pode ser eficaz para casos assim, mas devem ser levados em conta outros tratamentos que estejam sendo administrados ao mesmo tempo e as necessidades específicas do paciente.

Extração de tecido ovariano e dos testículos

Neste método, é feita a retirada de tecidos dos testículos que podem conter espermatozoides. Se houver, eles são congelados para serem usados futuramente. No caso do tecido ovariano, também são extraídas amostras dos ovários que podem ser usados mais tarde para amadurecer os óvulos. Esse método, porém, ainda é considerado experimental, apesar de haver casos de bebês nascidos através desta técnica.

Fertilização In Vitro com Congelamento de Embriões

Por fim, é também possível conservar a fertilidade por meio do banco de embriões ou fertilização in vitro após o fim do tratamento contra o câncer. Nesse caso, o embrião é produzido in vitro previamente e congelado até a paciente estar apta a engravidar. É um método seguro e eficaz.

Essa técnica também é usada em casos de pessoas que congelaram óvulos ou sêmen e desejam, após a cura do câncer, ter filhos. Nessa circunstância, os óvulos ou espermatozoides congelados são combinados com o material do parceiro ou parceira e implantados. Para mulheres que tenham passado pela retirada do útero, é possível ainda considerar a cessão temporária de útero, ou “barriga solidária”, em que uma terceira mulher voluntariamente recebe o embrião no útero, gesta e dá à luz. Esta mulher deve ser parente de até quarto grau.

Riscos da gravidez após o câncer

O sucesso para a preservação da fertilidade após o câncer depende do tipo de tratamento usado contra a doença e diversos outros fatores, como idade, tipo de câncer etc. Porém, enquanto que ter filhos após passar por essa experiência possa ser algo mais fácil para homens, o cenário é bem diferente para mulheres.

Há ainda muitas preocupações em torno da recuperação da fertilidade feminina após o tratamento contra o câncer. Um dos tipos de câncer mais comuns que acometem as mulheres é o câncer de mama, que é influenciado por hormônios femininos. Embora seja possível engravidar, depois de vencido esse tipo de câncer, a recomendação é planejar bem a gestação para que não haja riscos à mãe nem ao bebê.

Apesar de o enfrentamento do câncer ser difícil e um assunto sensível para muitas famílias, é importante se planejar e pensar em um futuro além da doença. Se você está passando ou já passou pela doença, sabe o quanto ter esperança faz a diferença. Com calma e orientação de profissionais é possível trabalhar pela preservação da fertilidade, garantindo que o seu sonho de ter filhos possa um dia se tornar realidade.

Quer aprofundar o entendimento sobre algum dos procedimentos e tratamentos? Fale conosco! Teremos o prazer em ajudar você!

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