Gravidez em mulheres com mais de 40 – Prós e Contras

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Muitas mulheres têm postergado a maternidade em função da carreira profissional e da estabilidade financeira da família. Este cenário social, cada vez mais comum em países desenvolvidos economicamente, eleva o número de gestações tardias.

Sabe-se que a gestação após os 40 anos é considerada de risco, mas ainda assim é possível ter uma gestação saudável com um bom acompanhamento médico, planejamento e disciplina em relação a hábitos alimentares e exercícios físicos moderados.

Em primeiro lugar, a idade avançada da mulher está associada ao aumento de incidência de diabetes gestacional e hipertensão. Ainda há o risco do desenvolvimento de pré-eclâmpsia, um problema que ocorre quando há comprometimento vascular na placenta.

Portanto, é recomendável fazer exames médicos e observar com cuidado o aparecimento dessas doenças que podem ser prejudiciais ao bebê, já que causam alterações no crescimento fetal.

Outro risco é o aumento da probabilidade da ocorrência de abortamento espontâneo. Segundo o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) até 25% das gestações em idade materna avançada resultam em aborto e essa taxa é ainda maior em mulheres com mais de 42 anos.

A taxa de bebês nascidos prematuramente também é mais alta e chega até 15%, sendo a diabetes e hipertensão os principais fatores responsáveis.

Além das complicações, ainda é mais difícil engravidar naturalmente aos 40 anos. O índice de infertilidade, diagnosticado nesta idade depois de seis meses de tentativas malsucedidas de engravidar, é maior tanto pela quantidade como qualidade dos óvulos. A mulher nasce com uma quantidade determinada e finita de óvulos, chamada reserva ovariana, que diminui já aos 35 anos e tem queda acentuada aos 40.

Já a qualidade do óvulo também é afetada pelo relógio biológico e, além da dificuldade de engravidar, aumentam as chances de haver anormalidades cromossômicas. Isso ocorre quando há uma falha na divisão dos cromossomas do óvulo, resultando em anomalias como trissomia (um cromossomo extra, como em casos de Síndrome de Down e Klinefelter) ou monossomia (falta um cromossomo, como na Síndrome de Turner).

A maioria dos embriões com anomalias genéticas não se implanta no útero ou é eliminada no início da gestação, em forma de aborto – mais da metade dos abortos precoces devem-se a aneuploidias. Não é possível evitar, mas exames constatam alterações cromossômicas já com nove semanas de gestação.

Prevenção

Outros cuidados que a mulher deve ter em uma gestação de risco é realizar um acompanhamento pré-natal muito mais intenso – as consultas são mais constantes, e os exames, mais específicos.

Além disso, é importante suplementar ácido fólico, para evitar malformação do feto, com o mínimo de dois meses antes de engravidar.

Contudo, não apenas complicações que assolam uma gravidez de risco. Há o lado positivo. A mulher mais madura também possui outra visão da maternidade, que pode ser mais desejada e curtida, sobretudo com a família financeiramente estabilizada e pronta para receber com conforto o filho que está por vir.

Ainda, se não tiver condições biológicas, a mulher pode procurar a ovodoação como uma excelente opção para engravidar.

A doação de óvulos, procedimento em que a paciente recorre a óvulos de uma terceira pessoa para engravidar, seguem algumas exigências do Conselho Federal de Medicina (CFM). Os óvulos não podem ser comercializados, e o anonimato da doadora e receptora deve ser preservado.

A legislação brasileira atual também não permite a doação entre familiares. Em geral, as taxas de gravidez em ciclos de ovodoação possuem mais de 50% de sucesso.

Há, portanto, uma série de opções à mulher que deseja ter filho aos 40 anos, mas os cuidados são basicamente os mesmos: alimentação saudável, evitar estresse, tabagismo, álcool, drogas e praticar exercícios físicos moderadamente.

É recomendável haver uma atenção especial a exames como ecocardiograma e ultrassom morfológico para detectar alterações cromossômicas no feto. No mais, uma mulher de 40 anos saudável pode, sim, ter uma boa gestação – até melhor do que uma jovem que não se cuida.

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