Entenda Tudo Sobre a FIV (Fertilização In Vitro)
A FIV (fertilização in vitro) é a técnica de reprodução assistida mais eficiente para consolidar uma gravidez, e já...
O sangramento no começo da gravidez pode ser assustador para a maioria das mulheres. E é interessante saber que cerca de uma em cada 3 gestantes terá um sangramento genital nos primeiros 3 meses, sendo uma queixa muito frequente.
Após um tratamento de Reprodução Assistida, como a Fertilização in vitro, sangrar após saber que o beta HCG veio positivo muitas vezes causa uma angústia e um medo imensuráveis no casal. O pior já começa a passar pela cabeça do casal.
E isso é perfeitamente compreensível porque a gestante imagina que a qualquer momento pode estar abortando. Porém, a maioria desses sangramentos acaba parando espontaneamente e a gravidez evolui de uma forma saudável, sem complicações.
Infelizmente, em alguns casos, o sangramento pode ser um sinal de alerta para o abortamento inevitável e apenas o tempo vai nos mostrar o desfecho.
Assim, podemos lançar mão de exames para avaliar o que está acontecendo, sendo que o exame ginecológico e o ultrassom transvaginal são ferramentas importantíssimas para o diagnóstico preciso e condução de uma forma segura.
Mas de onde vem esse sangramento?
Os hematomas com áreas de acometimento acima de 30-50% são os de maior risco, mas todos devem ser avaliados e conduzidos com muita atenção. Uma parte desse sangue acumulado acaba escoando entre a parede uterina e o saco gestacional, saindo pelo colo do útero e aparecendo como um sangramento por vezes vermelho vivo ou mais escuro, como em “borra de café”.
Nas primeiras 6 semanas de gestação, a elevação adequada dos títulos do beta hCG é um sinal positivo e, nesses casos, a maioria dos sangramentos pode ser apenas uma ameaça de aborto que vai evoluir bem. A partir da 6ª ou 7ª semana, a visualização dos batimentos cardíacos do embrião no ultrassom é outro sinal de que as chances de ir tudo bem são altas.
Existem várias causas de abortamento. A maioria é decorrente de uma alteração genética no bebê, que muitas vezes é incompatível com a vida. Mas uma parte das mulheres com mais de 2 abortamentos espontâneos pode ter um problema no útero ou um risco aumentado de trombose, que compromete a formação da placenta e nutrição do bebê. Existem outras causas ainda não muito claras que envolvem a imunidade materna.
O que fazer se eu tiver um sangramento?
Como 1ª medida, a gestante deve avisar e conversar com o seu médico de confiança. Muitas vezes, já nessa conversa, o ginecologista pode inferir a causa do sangramento e orientar a paciente.
A abstinência sexual é uma medida importante nessa fase. O útero se movimenta bastante durante a penetração profunda e pode ocorrer contração uterina após as relações. Isso deve ser evitado.
Uma das orientações mais seguidas pelas pacientes é sem dúvida o repouso. Muitas mulheres ficam deitadas na cama, quase que imóveis, com receio de perder o bebê. Mas, apesar de o repouso poder reduzir a perda visível de sangue, não há evidência científica de que ele possa prevenir um abortamento.
As pacientes que fizeram tratamento de reprodução assistida, como a FIV, normalmente estão usando uma progesterona por via vaginal, como o Crinone, Utrogestan e Evocanil. Alguns médicos acabam aumentando a dose de progesterona e até mesmo de estradiol quando ocorre algum sangramento.
Desde o repouso absoluto até o uso de progesterona por via vaginal, nenhuma medida é capaz de evitar um aborto espontâneo. O importante é que a gestante sempre esteja consciente do que está acontecendo com o seu corpo, pois a gravidez é um período de transformação. E o sangramento nos primeiros 3 meses deve ser bem avaliado e conduzido da forma mais adequada para cada paciente.
Você poderá se interessar pelo vídeo sobre aborto de repetição. Assista!
Por Dr. Renato Bussadori Tomioka
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