O que você não sabe sobre tratamentos de infertilidade

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Ter um bebê é o sonho de muitos casais, mas cerca de 15% dos casais em idade reprodutiva são inférteis.

Apenas nos Estados Unidos, cerca de sete milhões de mulheres desejam, mas não conseguem engravidar, e nem sempre essa dificuldade se trata de um caso típico de infertilidade. Além disso, existem verdades e mitos sobre tratamentos e apenas a informação de qualidade pode trazer luz ao tema.

Especialistas em reprodução concordam que mulheres saudáveis, na faixa de 30 anos, possuem aproximadamente 20% de chances de engravidar a cada mês. Portanto, quando uma mulher não obtém sucesso após um ano, é hora de procurar um especialista.

Há diversos tratamentos e clínicas de reprodução humana, mas, antes de escolher onde se tratar, é importante que o casal busque referências do local e se informe sobre os índices de sucesso das práticas que pretende contratar.

Vale salientar que existem métodos diferentes para diversas causas. Conheça, a seguir, alguns dos tratamentos mais utilizados.

Coito programado

A ovulação irregular é uma causa muito comum de infertilidade. Essas mulheres têm ciclos menstruais irregulares, com intervalos maiores que 40 dias, algumas chegando a ficar mais de um ano sem menstruar. Nesses casos, o citrato de clomifeno (Serophene®, Clomid®, Indux® etc) pode ser uma opção medicamentosa para induzir a ovulação. Normalmente, utiliza-se 50 a 100 mg de clomifeno por 5 dias, iniciando do terceiro ao quinto dia da menstruação. A partir do oitavo dia, é feito um acompanhamento com ultrassom transvaginal, para verificar se há sinais de desenvolvimento do folículo dominante, que deve chegar até 17-18 mm, para aplicar o hCG (Ovidrel®, Choriomon®), que vai promover finalmente a liberação do óvulo no momento em que o casal tiver as relações sexuais. Esse tratamento é conhecido como Coito ou Relação sexual programada. Esse procedimento é eficaz para aproximadamente 40% de mulheres jovens com problemas de ovulação, mas menos eficientes em mulheres com 35 anos ou mais, ou para portadoras de infertilidade sem causas identificadas. Algumas mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos apresentam resistência ao clomifeno e não respondem ao tratamento, sendo necessário utilizar outros medicamentos como as gonadotrofinas injetáveis por via subcutânea.

Inseminação intrauterina


A inseminação intrauterina (IIU) é um tratamento indicado para casais com alteração seminal leve a moderada, endometriose mínima ou leve e alterações de ovulação. Na IIU, o médico induz a ovulação com medicamentos (clomifeno, letrozol ou gonadotrofinas) e acompanha a ovulação com ultrassom. No dia ideal, aplica-se o Ovidrel ou Choriomon, para agendar o procedimento 36 horas depois. O sêmen é colhido como um espermograma comum, mas ele é processado e melhorado no laboratório de reprodução humana, antes de ser injetado no útero, no dia da ovulação. Estudos mostram que a IIU pode aumentar as possibilidades de a mulher engravidar em até 48% quando comparada ao uso isolado do citrato de clomifeno.

Fertilização in vitro (FIV)


Quando os tratamentos de baixa complexidade (relação sexual programada e inseminação intrauterina) não têm sucesso, uma opção é a fertilização
in vitro (FIV). No método, que pode ser feito com óvulos da própria paciente ou de uma doadora, a mulher toma injeções de hormônios no período de oito a doze dias, para aumentar o desenvolvimento dos óvulos. Eles são retirados dos ovários e combinados com o esperma para serem fertilizados, e após a fertilização, os embriões são transferidos para o útero.

Vitrificação (congelamento ultrarrápido)


Essa recente tecnologia permite que a mulher congele seus óvulos para que possam ser utilizados no futuro. Ao contrário do congelamento convencional, que resulta na formação de cristais de gelo que prejudicaram os óvulos, a vitrificação aumenta as taxas de sucesso de concepção, com taxa de sobrevivência oocitária de cerca de 90 a 95%. O procedimento é a primeira etapa da FIV, em que a mulher utiliza hormônios (gonadotrofinas como Puregon, Gonal, Pergoveris, Elonva, Menopur) para estimular os folículos, durante cerca de 10 dias. Ao final, é agendada a coleta dos óvulos no laboratório de reprodução humana, procedimento que é feito com sedação para evitar dor. Trata-se de uma possibilidade a mulheres que no presente não têm projetos de terem filhos, mas que podem mudar de ideia num futuro. É uma excelente técnica para preservação da fertilidade também para mulheres com câncer que serão submetidas a tratamentos que podem destruir os óvulos nos ovários, como a quimioterapia e radioterapia.

O momento certo para buscar ajuda


Mulheres entre 30 e 35 anos que tentam engravidar há um ano ou mais e não conseguem devem recorrer à ajuda médica. É importante ressaltar que a probabilidade de sucesso de qualquer tratamento tende a cair à medida em que aumenta a idade da paciente.

Mulheres com menos de 35 anos têm mais de 50% de chance de engravidar por ciclo de fertilização in vitro; já em pacientes com 38 anos, esse índice cai para menos de 35%; aos 41 anos, as chances se reduzem para 12%; e aos 43 anos, a possibilidade é de menos de 5%. Esses valores são médias estatísticas, e cada caso deve ser individualizado para se chegar a uma taxa estimada real.

Portanto, quanto antes se recorrer ao apoio médico, melhor. Uma pesquisa apontou que, dentre os casais que procuraram um especialista para tratamento, 91% gostariam de ter buscado ajuda mais cedo.

Por isso, se um filho faz parte de seu projeto de vida, procure saber mais sobre os métodos conceptivos. Não deixe para amanhã!

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