Fertilização in vitro (FIV) em mulheres acima de 40 anos

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A aproximação da mulher à barreira dos 40 anos de idade costuma assustar e trazer novos questionamentos. Trata-se de uma combinação de fatores sociais e físicos associados ao avanço da idade, sentidos pelos homens também, e que pode trazer impactos emocionais.

Para mulheres que ainda desejam engravidar, o maior “vilão” do envelhecimento talvez seja a comprovada redução do potencial de fertilidade em comparação aos anos anteriores.

Se até certa idade a gravidez indesejada é uma preocupação, a partir dos 35 anos o problema passa a ser a redução das chances de ter um bebê, gerado a partir dos próprios óvulos.

Assim como a gravidez natural se torna mais difícil de ser alcançada, as taxas de sucesso para tratamentos de Fertilização in vitro (FIV) com os próprios óvulos também são reduzidas, mesmo com a medicina moderna.

Não existe um limite de idade para contraindicar um tratamento de reprodução assistida, mas é importante saber que as chances de sucesso, mesmo com a FIV, são próximas de zero em mulheres com mais de 45 anos. Contudo, há relatos de casos de mulheres com 46 e 48 anos que engravidaram com óvulos próprios, apesar de ser muito raro.

Qualidade dos óvulos

Em qualquer fase da vida, as chances de gravidez estão diretamente relacionadas à qualidade dos óvulos e dos espermatozoides que formam os embriões. Isso porque a fecundação e desenvolvimento adequado do embrião ocorrem apenas quando os gametas são de boa qualidade.

Na FIV, o desenvolvimento dos óvulos é estimulada com a injeção de hormônios específicos, chamadas gonadotrofinas. A intenção é produzir bons embriões e, a partir de uma análise laboratorial cuidadosa, selecionar os melhores para transferir ao útero.

Nesse processo, a equipe de Embriologia avaliar os embriões morfologicamente, ou seja, através da visualização com microscópio. Existem testes capazes de detectar alterações genéticas nos embriões, o que pode ser interessante principalmente em mulheres com idade mais avançada, após os 40 anos, quando o risco de malformações aumenta consideravelmente. Esses testes são chamados de PGS, ou rastreamento genético pré-implantacional, sendo as técnicas mais modernas o CGH-array e NGS.

A chance de serem detectadas anormalidades nos cromossomos é maior com o avanço da idade da mulher pois os óvulos podem carregar alterações genéticas que são transmitidas aos embriões.

Quantidade dos óvulos

Outro fator a ser levado em consideração é a quantidade de óvulos e o status da sua reserva ovariana. Esse fator, na verdade, é fundamental para a viabilidade da Fertilização in vitro ou mesmo natural, pois delimita as chances de a mulher engravidar a partir dos próprios óvulos.

É possível avaliar a reserva ovariana com alguns exames, sendo os principais: FSH, Hormônio anti-Mülleriano e ultrassonografia transvaginal com contagem de folículos antrais. Se a quantidade ainda for grande, as chances de obter embriões são maiores, e a chance de ter pelo menos um embrião normal também aumenta, o que impacta na taxa de gravidez.

Por essa razão, a estimulação ovariana é feita com hormônios durante a FIV, para estimular o maior número possível de folículos e aumentar o número de óvulos coletados.

O fato é que a fertilidade da mulher está comprovadamente relacionada à idade, uma vez que a reserva de óvulos só diminui com o passar dos anos. Pesquisas demonstram que as chances de engravidar começam a diminuir a partir dos 30 anos de idade e ficam ainda menores nos últimos anos que antecedem os 40, até se tornarem cada vez mais remotas quando ultrapassam esse limite.

Algumas medidas podem ser tomadas para permitir que uma sonhada gravidez se concretize, mesmo com o avanço da idade. Uma delas consiste no congelamento de óvulos quando a reserva ainda é “normal”, o que pode viabilizar uma gravidez tardia.

Também há uma série de cuidados com o corpo e a saúde que podem auxiliar esse processo, como evitar o tabagismo, manter um peso corpóreo adequado e bons hábitos de vida. Casais que passam por tratamentos de FIV mal sucedidos, seja por uma baixa resposta ovariana ou baixa qualidade embrionária, também podem considerar a possibilidade de utilizar óvulos doados, que pode aumentar a taxa de sucesso com segurança.

Vida Bem Vinda

Por Vida Bem Vinda Master

30 de set de 2015
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