Autismo e FIV: mitos e verdades

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Alguns estudos geram questionamentos sobre o aumento do risco de autismo em crianças nascidas com auxílio da ciência.

Um grande estudo sueco realizado com mais de 2,5 milhões de crianças, publicado em 2013 no JAMA (Journal of the American Medical Association), uma das maiores revistas científicas, pode pôr fim à controvérsia sobre a incidência de autismo em crianças nascidas de casais que se submeteram à Fertilização in vitro/ICSI. E os dados foram revisados e confirmados com uma nova publicação no final de 2013, em outra revista de grande impacto na área de Reprodução Humana.

Entende-se que uma criança é autista quando ela apresenta uma desordem neurológica responsável por deficiências na interação, na comunicação e padrões de comportamento disfuncionais.

Alguns dados reconhecidos da doença:

  • O autismo é mais comum em meninos;
  • Também é mais comum em primogênitos, nascimentos múltiplos e prematuros;
  • A idade avançada do pai ou da mãe pode aumentar a incidência da doença;
  • Ainda não é possível diagnosticar o autismo por meio de diagnóstico antes da implantação do embrião ou em exames pré-natais. Porém, esse panorama deve mudar nos próximos anos, já que a pesquisa genética avança continuamente;
  • O risco de desenvolver a doença pode, sim, ser reduzido com a ingestão de ácido fólico antes da concepção.

Em 2010, por exemplo, no congresso da International Society for Autism Research (Sociedade Internacional para Pesquisa sobre Autismo), houve a apresentação de alguns trabalhos sugerindo que a fertilização in vitro (FIV) estava associada ao nascimento de crianças com autismo. O pânico foi gerado.

Uma nova luz

Este novo estudo, no entanto, foi divulgado na revista Human Reproduction, editada pela Oxford University Press, e chega para trazer foco a uma discussão até então nebulosa.

A pesquisa foi uma revisão sistemática composta por sete estudos:

  • Todo o material foi coletado na Dinamarca, Finlândia, Israel e Japão;
  • Foram analisados mais de 9 mil indivíduos com autismo;
  • Todos nasceram entre 1970 e 2006;
  • Cerca de 50% dos dados eram de bebês nascidos após FIV.

Os resultados foram definitivos e surpreendentes para muitos casais que acreditam que a reprodução assistida poderia representar um risco para o desenvolvimento neurológico do bebê: dos sete estudos, cinco mostraram que não há aumento no risco de autismo para crianças nascidas com a ajuda de técnicas de reprodução assistida.

Além disso, um dos estudos mostrou resultados que sugerem uma diminuição deste risco. Isso poderia ser creditado ao fato de mulheres que procuram o tratamento de fertilidade terem melhor acesso a conselhos médicos durante a gravidez, ou mesmo por tomarem suplementos de ácido fólico, conhecidos por reduzir os riscos de autismo, sobretudo em bebês de mulheres mais velhas.

O receio de gerar uma criança com autismo não deve, portanto, atrapalhar os planos do casal que buscam ajuda dos tratamentos de reprodução humana para ter seu filho.

O acompanhamento adequado antes e durante a gestação pode fazer toda a diferença nesse caso, em que fica mais do que provado que a FIV não é diretamente responsável por gerar bebês que possam apresentar autismo.

Vida Bem Vinda

Por Vida Bem Vinda Master

18 de dez de 2014
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