Qual a relação entre a quantidade e qualidade dos óvulos?

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A preocupação quanto ao limite da idade da mulher para a fertilização tem embasamento científico: a probabilidade de gravidez tende a diminuir consideravelmente com o passar do tempo, pois a idade possui relação direta com a qualidade e quantidade dos óvulos.

Acompanhando mudanças culturais significativas da sociedade, o aumento da idade média em que as mulheres decidem procriar também traz impacto para a fertilidade.

Atualmente, é comum que a mãe tenha seu primeiro filho quando já ultrapassou os 30 anos de idade, em contraposição à média inferior a 20 anos, de décadas atrás.

Para se ter uma ideia, à época da primeira menstruação, a mulher possui cerca de 400 mil óvulos disponíveis nos seus ovários e cerca de 1 mil são perdidos a cada ciclo menstrual. Quando a mulher atinge os 50 anos, dificilmente seus ovários terão óvulos ainda capazes de ser fecundados e gerarem um bebê saudável.

A queda do que chamamos de “reserva ovariana” está normalmente relacionada à idade, mas é um fenômeno que pode acontecer antecipadamente. É possível detectar o potencial fértil da mulher através de exames, que ajudam a projetar sua longevidade reprodutiva, embora sem muita precisão.

Avaliação de reserva ovariana

Identificar a quantidade de óvulos é algo simples, que pode ser obtido a partir da dosagem sanguínea de dois hormônios no início do ciclo menstrual, FSH e Estradiol, e outro hormônio que pode ser colhido em qualquer fase do ciclo, o Hormônio Anti-Mülleriano. Outro exame muito eficaz é a ultrassonografia transvaginal para contagem dos folículos antrais, que são pequenas estruturas que contém os óvulos.

Idealmente, o FSH deve estar abaixo de 10 UI/L, com Estradiol abaixo de 60-80 pg/mL. Níveis de FSH > 10 UI/L podem indicar uma baixa reserva ovariana. Um FSH > 18 UI/L indica uma baixa chance de gravidez, mesmo com a Fertilização in vitro.

Não se sabe exatamente qual é o limite de normalidade para o Hormônio Anti-Mülleriano, mas sabemos que níveis abaixo de 1 ng/mL representam uma baixa reserva ovariana. Porém, um Hormônio Anti-Mülleriano baixo não necessariamente significa que a mulher não possa engravidar.

Agora, para aferir a qualidade dos óvulos, o fator mais importante é a idade. As chances de anomalias nos cromossomos crescem conforme o avanço etário, o que está diretamente relacionado à perda de qualidade dos óvulos.

Declínio

A perda de fertilidade costuma ser gradual e, geralmente, tem início nas mulheres no início dos 30 anos e começa a acelerar com a proximidade dos 40 anos. Não raramente, as mulheres permanecem tendo ciclos menstruais regulares e, por isso, pensam que continuam aptas a engravidar naturalmente.

Porém, se a qualidade dos óvulos já estiver reduzida, outros fatores importantes como a qualidade do sêmen do parceiro e relações sexuais no período fértil provavelmente não serão suficientes para uma gravidez plena e saudável – os óvulos podem ter alterações genéticas imperceptíveis aos exames habituais para investigação da infertilidade, impedindo o desenvolvimento apropriado do feto, culminando muitas vezes com aborto espontâneo.

Essa mesma preocupação com a qualidade dos óvulos também é uma barreira importante para tratamentos para a infertilidade feminina. Mesmo que seja possível estimular os ovários ou realizar inseminação intrauterina ou fertilização in vitro, o problema pode continuar sendo a qualidade dos óvulos. Nenhuma técnica de reprodução assistida é capaz de modificar a qualidade do óvulo, atualmente.

Precauções

Mulheres jovens que têm desejo de engravidar precisam saber que as chances serão maiores antes de atingirem os 35 anos. Caso esteja se aproximando dessa idade, talvez essa seja a hora de tentar engravidar ou, caso queira prorrogar um pouco mais, congelar óvulos. Mas, antes de tomar uma decisão, converse bastante sobre isso com seu ginecologista e, se for o caso, passe com um especialista para avaliar a sua reserva ovariana.

Fazer os exames é de grande utilidade e permite que se faça uma projeção para os anos seguintes. Caso haja histórico familiar de menopausa precoce, congelar óvulos pode ser uma saída recomendável para alcançar a sonhada gravidez.

Vida Bem Vinda

Por Vida Bem Vinda Master

18 de set de 2015
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